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Agradeço as oportunas e coerentes intervenções dos comentaristas criticando o proselitismo irresponsável do globoritarismo apoiado pela mídia amestrada banalizando as Instituições e o Poder do Estado para a pratica sistemática de crimes. Os brasileiros de bem que pensam com suas próprias cabeças ja constataram que vivemos uma crise moral sem paralelo na historia que esgarça as Instituições pois os governantes não se posicionam na defesa da Lei e das Instituições gerando uma temerária INSEGURANÇA JURÍDICA. É DEVER de todo brasileiro de bem não se calar e bradar Levanta Brasil! Cidadania-Soberania-Moralidade

11.23.2007

A farsa do mensalão mineiro

Republico aqui meu artigo na Folha de São Paulo (em 27/09/07), intitulado "A farsa do mensalão mineiro". Dizia então: "NÃO HOUVE mensalão em Minas, pois não houve compra de parlamentares e partidos para votar com o governo. O que houve em Minas, ao que tudo indica, foi um embrião do chamado valerioduto, voltado para abastecer caixa dois. Azeredo, Mares Guia e o PT estão envolvidos no crime mineiro? Então devem ser punidos. Azeredo não sabia de nada? Deve ser punido assim mesmo. Assim como Lula - que também não sabia de nada - deveria sê-lo. A responsabilidade de Lula é, porém, muito maior. Azeredo se beneficiou de caixa dois. Lula se beneficiou de caixa dois (como confessou Duda Mendonça em 2005) e de caixa três (como está mostrando o atual processo no STF contra seus mensaleiros)".

A farsa do mensalão mineiro

Augusto de Franco, Folha de São Paulo (27/09/07)

NÃO HOUVE mensalão em Minas, pois não houve compra de parlamentares e partidos para votar com o governo. O que houve em Minas, ao que tudo indica, foi um embrião do chamado valerioduto, voltado para abastecer caixa dois.

Azeredo, Mares Guia e o PT estão envolvidos no crime mineiro? Então devem ser punidos. Azeredo não sabia de nada? Deve ser punido assim mesmo. Assim como Lula - que também não sabia de nada - deveria sê-lo. A responsabilidade de Lula é, porém, muito maior. Azeredo se beneficiou de caixa dois. Lula se beneficiou de caixa dois (como confessou Duda Mendonça em 2005) e de caixa três (como está mostrando o atual processo no STF contra seus mensaleiros).

Ora, se para Lula vale o argumento de que ele não sabia o que faziam seus mais íntimos auxiliares, por que não deveria valer para Azeredo?

Onde está a farsa? Em primeiro lugar, a farsa é querer dizer que todo mundo faz igual. Mas, se for assim, Azeredo está blindado pela "jurisprudência" que assegurou a inimputabilidade de Lula, não?

Segundo, a farsa é querer dizer que o PSDB age igual ao PT, tentando confundir caixa dois com caixa três. Os tucanos, o Brasil todo já viu, são muito ruins fora do governo. No entanto, dentre seus numerosos defeitos, não se pode encontrar aquele que caracteriza o lulopetismo e que define a natureza mesma do atual governo.

Não consta que o PSDB tenha comprado apoio político para montar um Estado paralelo no país a partir da ocupação organizada da administração federal, das estatais e paraestatais e dos fundos de pensão, com o objetivo precípuo de falsificar a rotatividade democrática, retendo o poder nas mãos de um mesmo grupo privado pelo maior tempo possível. Essa é a origem e a razão do mensalão, quer dizer, do caixa três, não do caixa dois.

Vejam só como é a vida. Os tucanos salvaram Lula do naufrágio. E Lula, numa demonstração de gratidão, vai usar o falso mensalão mineiro para matar dois coelhos com uma só cajadada: mostrar que todo mundo faz a mesma coisa e "lavar" o caixa três, dizendo que não passou de caixa dois.

O caixa três, todavia, conquanto essencial ao projeto do lulopetismo, constitui um instrumento de difícil manejo. Primeiro, porque quem compra aliados uma vez para fazer maioria fica obrigado a comprar sempre. E o preço sobe. Vejam como a base fisiológica do governo está cobrando caro para aprovar as medidas que lhe interessam, como a CPMF.

Em segundo lugar, deixa o governo nas mãos dos que a ele se associaram para delinqüir. A salvação de Renan no primeiro round foi um pagamento pelo seu silêncio. Mas tudo tem um preço. E o mercado da chantagem também tende à inflação.

É possível manter essa situação por algum tempo. Mas não por muito tempo. É uma corrida contra o tempo. Lula está obrigado a pagar hoje por mais um dia de vida amanhã.

A resiliência de Renan -que se transformou numa afronta à democracia brasileira- tem uma única explicação: é conseqüência do esquema de poder montado por Lula e pelo PT.

Mas tal esquema é insustentável. Coloca a cada dia um novo dilema. Vejam agora. Se Lula não salvar Renan, abre um precedente perigoso (pois os outros participantes da aliança bandida vão cobrar mais caro ante o aumento do risco). Se salvar Renan, também abre um precedente perigoso (pois aumentará a sensação de inimputabilidade -condição que Lula deve reservar apenas para si-, incentivando o crescimento em escala do assalto aos recursos públicos e de todo tipo de crime). Além, é claro, de ficar mal com a opinião pública.

Para impasses como esse, toda solução é subótima. Na verdade, a única saída é empurrar com a barriga. A produção de farsas como a do mensalão mineiro é apenas mais uma tentativa de ganhar tempo.

Querem saber por quê? Porque há um erro de projeto no lulopetismo.A alternativa de usar a democracia contra a democracia leva necessariamente à ditadura. Usar a alta popularidade de um líder populista para mudar "democraticamente" as regras do jogo seria exeqüível se não obrigasse, antes, a violar as regras do jogo (fazendo coisas como o mensalão ou caixa três). Ora, num país de imprensa livre, tal violação não pode passar despercebida. Logo, para isso dar certo, seria preciso restringir essa liberdade (como fez Chávez). Mas, se aqui não há condições de fazê-lo, então, mais cedo ou mais tarde, a operação toda desmorona.

Ainda não sei bem se tranqüilizei ou aumentei a preocupação dos democratas.

Por AUGUSTO DE FRANCO - analista político do blog www.democracia.org.br e autor, entre outros livros, de "Alfabetização Democrática" (2007). Foi conselheiro e membro do comitê executivo do Conselho da Comunidade Solidária durante o governo FHC (1995-2002).
Do Observatorio da Inteligencia

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