No artigo Veríssimo faz um paralelo entre o filme Viva Zapata (com o jovem Marlon Brando no papel principal) e o mito de Che Guevara. Cabe o paralelo, sim, mas por razões outras àquelas que ele enumera. Em resumo, Veríssimo “denuncia” que há uma tentativa de desmistificação da figura mistificada de Che Guevara, imagino que por causa de alguns veículos de comunicação, notadamente a revista Veja, relatarem recentemente os fatos ocorridos com o falso herói. Ora, o que se vê é precisamente o contrário da falsificação mitológica em torno da figura. Os relatos históricos dão conta de que Guevara foi um homicida frio e metódico, um matador compulsivo, uma homem sem qualquer escrúpulo e abaixo da baixeza moral mais rasa, um sujeito sobre o qual se poderia dizer que deixou de ter atributos humanos normais, como a bondade e a compaixão, sentimentos substituídos pelo ímpeto revolucionário sedento de sangue.
A propaganda sistemática dos Veríssimos espalhados em todos os meios de comunicação fez dessa figura uma espécie de caricatura de santo, oposta àquela registrada pela história. Virou um devotado romântico, um defensor dos fracos e oprimidos, um perseguido pelas autoridades, um bonzinho que só queria instaurar o Paraíso na terra e não lhe deixaram. Só faltam dizer que ele é a representação do Cristo em sua Segunda Vinda, a impostura mais insolente. Che encarna a negação de tudo aquilo que é mais sagrado, precisamente o oposto do que seus seguidores pregam.
A sua morte revelou que no fim tratava-se mesmo de um covardão, valente apenas diante de suas vítimas indefesas. Ao enfrentar seu algoz tremeu de medo, negando na base o suposto herói que teria sido segundo os propagandistas remunerados.
Che era o próprio demônio encarnado quando estava cercado por seus acólitos. Sozinho diante da morte mostrou-se um triste Zé Ninguém.
Vejo também um paralelo com a temática do filme, como disse acima. Che, depois de morto, tem funcionado como a figura de Zapata havia funcionado na primeira metade do século XX, quando a esquerda revolucionária ainda não tinha tantos falsos heróis consolidados, gente boa como Mao Tse Tung e Ho Chi Min, homicidas tão ferozes quanto Che e muito mais bem sucedidos em sua empreitada revolucionária. Zapata foi o Che da geração dos nossos avós. Agora Che povoa o imaginário esquerdista dos idiotas esquerdistas latino-americanos. Afora disso, não há cavalo branco nenhum a comparar, nada de diáfano houve em sua sinistra existência, mas o vulto sombrio de um quadrúpede infernal, uma verdadeira besta do apocalipse. Por onde passou, em Cuba, na África e na Bolívia deixou o rastro de sangue dos inocentes imolados no altar de sua arrogância.
Teve um fim merecido, uma morte imunda em um lugar imundo. Só e acovardado, um trapo indigente que, não fora a própria história de crimes, poderia merecer piedade. Seu fim lembra o do nosso desertor Carlos Lamarca, mas este pelo menos, até onde se sabe, não tremeu diante do inevitável.
Veríssimo deveria, em lugar de um cavalo branco inexistente, invocar as mulas dos seguidores do Che, essa tropa de jegues estúpida e bestificada conduzida pelos contadores de histórias mentirosas como o próprio Veríssimo. São a encarnação do espírito de Guevara, sim, na sua sanha animalesca. Como tenho certeza de que Veríssimo sabe muito bem a mentira que contou, mentindo sobre o vulto mentiroso de Guevara, pergunto-me como faz para dormir. Um enigma sobre o qual jamais terei resposta. Uma mentira desse tamanho soterraria a consciência de qualquer homem, mas um escritor assim é menos que um homem, menos que nada, reduziu-se à condição abjeta de um pregador de feira.
Guevara merece o réquiem de Veríssimo. O morto e o vivo estão no mesmo patamar moral.
Por Nivaldo Cordeiro
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