NaVenezuela, o sufrágio com máquinas de votação e-vote foi adotado em2004. Esse ano o CNE (Conselho Nacional Eleitoral) concedeujudicialmente o contrato do sistema eletrônico de votação à novaempresa SMARTMATIC que, sem nenhuma prova experimental, se utilizou noReferendum Revocatório (RR). Desde aquele ano os processos eleitoraisdeixaram de ser propriedade do povo venezuelano e passaram a serpatrimônio de uma empresa do "império", a SMARTMATIC, e do governo"revolucionário". Lamentavelmente para a Venezuela, duas visõesanalisadas relacionadas com a opção do voto, só concluem em suicídio ecrime, como se depreende da análise na continuação.
1. Por uma parte, o convite ao suicídio que significa ir votar:
SMARTMATIC: executora da fraude eletrônica
A presidenta da CosaNostra Eleitoral (CNE), reitora Tibisay Lucena, informou que as provasde automatização para o referendum do 2 de dezembro foram exitosas.Provas similares foram realizadas para as eleições presidenciais de2006. Ao concluí-las, o CNE informou que: "O simulacro funcionou 99%", e foi realizado em "52 centros experimentais e 5.000 centros de votação", e que "o tempo médio de votação foi estimado entre dois e três minutos" (1).
Nessa declaração osreitores do CNE estabeleceram de antemão o máximo de eleitores quepodiam votar na eleição presidencial. Apoiando-nos nessa informação,podemos demonstrar com um simples cálculo a fraude executada pelaSMARTMATIC nessas eleições. Em benefício do próprio CNE, cruzemos otempo médio de votação de 2 minutos com os dados restantes:
32.331 máquinas utilizadas.Tempo total de votação: desde as 6:30 am até as 4:30 pm. Quer dizer, 10horas = 600 minutos. Uma média de 300 votantes por máquina (a cada 2minutos vota um eleitor em cada máquina: 600/2 = 300). O resultado é umtotal máximo de 9.699.300 eleitores (300 x 32.300), cifra inferior em2.091.097 ao total de votantes do 3D que, segundo o CNE, foi de11.790.397 eleitores.
A conclusão é que essasobra é de votos virtuais fabricados pela SMARTMATIC. A cifra real deveser muito maior, se considerarmos que o tempo médio de dois minutos porvotante é bastante irreal.
A abstenção impediu a fraude eletrônica em 2005
As pessoas têm razão emdesconfiar do sistema eletrônico de votação e agora a coisa é pior,porque a transmissão de votos virtuais terá luz verde com anacionalizada CANTV*. De todo modo, Chávez e seus aliados"colaboracionistas" não a têm tão fácil, pois necessitam de muita gentenas filas votando. Só assim a SMARTMATIC poderá materializar a fraude,como é fácil comprovar com os dados das eleições parlamentares do 4 dedezembro de 2005.
Foi a gigantesca abstençãoque impediu que se perpetrasse a fraude eletrônica, porque a fraudepré-eleitoral já a haviam consumado as empresas pesquisadoras fantasmasdo ex-vice-presidente Rangel, a NORTH AMERICAN OPINION RESEARCH (NAOR)e o IVAD, quando "estimavam" que "78% dos consultados vão votar nas próximas eleições" (2) e "88,2% rechaça o chamado abstencionista" (El Nacional 2 de outubro de 2005, pág. A-2).
A fraude de vencedores do 2 de dezembro em andamento
A fraude pré-eleitoralestá em pleno desenvolvimento. Por um lado, o CNE difundiu até não maispoder a escandalosa mentira de que as máquinas de votação funcionamperfeitamente e, por outro lado, as empresas pesquisadoras, reais oufantasmas, que trabalham para o governo (IVAD, DATANALISIS, VENEOPSA eNAOR) já notificaram a opinião pública nacional e internacional,através de suas falsas sondagens, que o "Sim" é maioria.
A mesa está servida então,para que no vindouro 2 de dezembro a senhora Lucena anuncie que 76% doeleitorado votou, como diz o ex-vice-presidente Rangel (3) e que o"Sim" obteve 70%, como predisse Chávez em Margarita. Ninguém poderá sesurpreender nesse momento porque se dirá que esses eram exatamente osprognósticos da pesquisadora IVAD (Instituto Venezuelano de Adulteraçãode Dados).
Isto equivale em númerosabsolutos a 12.243.345 eleitores e 8.570.341 votos para o "Sim". Oproblema é que o CNE disse que se usarão 32.939 máquinas de votação e,supondo que cada eleitor gaste em média 2 minutos votando (situaçãoirreal porque supõe que não há atrasos por nenhum motivo, todas asmesas se instalam e fecham-se na mesma hora, ninguém comete erros,ninguém pede informação ou assistência, e todas as máquinas funcionamsem problemas).
Isso significa que, entreas 6:30 am e as 4:30 pm, só poderia votar um máximo de 9.881.700pessoas. Quer dizer que, de cara, a SMARTMATIC já está agregando2.361.645 eleitores virtuais. Certamente os votantes virtuais serãomuitíssimos mais.
O exit poll de Evans McDonough
A fraude pré-eleitoral será coroada em 2 de dezembro com um exit pollpré-fabricado que assumirá a mercenária empresa de pesquisas do"império" Evans McDonough, contratadora de CITGO e que a TELESURdivulgará: 76% de participação e 70% de respaldo para o Sim".
Será repetido o roteiro doReferendum Revocatório e das eleições presidenciais. Em ambos os casoso governo, o CNE e Mister Carter justificaram os resultados eleitoraisargumentando que coincidiam com supostas sondagens de boca-de-urna, exit polls, realizados pela Evans. Porém, isto também é parte do roteiro da fraude.
O Diario de América,com o objetivo de oferecer a melhor informação a seus leitores emmatéria de pesquisadoras, tomou como fontes especialistas, entreoutros, da estatura de Baldomero Vásquez Soto, economista venezuelanograduado na Universidade Zulia, cidade de Maracaibo.
Trabalhos extraordinários,alguns realizados conjuntamente com a Doutora Celina Añez Méndez,permitem alertar que o povo venezuelano cometerá um suicídio semenosprezar a inexistência das garantias que o organismo eleitoralvenezuelano, o CNE, oferece, dos quais baseamos a série de provasrelevantes que estamos apresentando.
Investigações anterioresrealizadas pelos profissionais citados, puderam demonstar que as cifraspublicadas pela Evans em sua página web sobre o exit poll de dezembro passado eram manipuladas, e as do RR nunca foram publicadas porque simplesmente eram outra mentira (4).
O xeque-mate dos Observadores Internacionais
Finalmente, osobservadores internacionais como o Centro Carter e a União Européiainteressadamente vêm ao país para respaldar o governo de Chávez e paralegitimar as máquinas de votar que seus países decidiram abandonar. Porexemplo, é uma incrível contradição que o Ministro do Interior daItália, Giuliano Amato, em novembro de 2006 descartasse o votoeletrônico em seu país e, dias depois, a deputada italiana MonicaFrassoni, Presidente da Missão de Observadores Eleitorais da UniãoEuropéia, venha à Venezuela para avalizar o voto eletrônico: "O sistema automatizado de voto implantado na Venezuela é eficaz, seguro e auditável" (Informe Final MOE-UE Eleição Presidencial Venezuela 2006, pág. 5) (5).
Concluindo, osvenezuelanos deverão rechaçar o convite ao suicídio que significa irvotar com o sistema eletrônico fraudulento da SMARTMATIC e do CNE.Assim, se deixaria em evidência que dos 7,3 milhões de votos que o CNEdeclarou judicialmente a Chávez em dezembro passado, não existe nem ametade.
2. Por outro lado, a significação do chamado ao voto.
Um crime não se submete à votação
Em uma democracia, énatural que as decisões sejam tomadas conforme a opinião da maioria,expressada através do voto universal e secreto. Entretanto, há certosprincípios que não podem submeter-se a eleições, quer seja porque setrate de direitos inalienáveis quer seja por valores transcendentes.
Um crime, por exemplo – segundo Fuerza Solidaria, outra das fontes credenciadas para consulta pelo Diario de América-, não depende da opinião de uma minoria ou inclusive da maioria. Umcrime é um delito e ponto. Deve-se impedi-lo, se não se cometeu, oucastigar-se se já foi cometido. Do contrário, não haveria parâmetrospara viver em sociedade. O mundo seria uma selva.
A reforma constitucional que Chávez propõe é um crime de Lesa-Pátria porque destrói a Venezuela que conhecemos, para convertê-la em um Estado socialista, à imagem e semelhança de Cuba.
Também é um crime de Lesa-Humanidadeporque viola direitos humanos inalienáveis, como os direitos a viver empluralismo, ou ao devido processo e a estar informado em situações deemergência.
Finalmente, é um golpe à atual Constituição porque pretende reformá-la mediante mecanismos explicitamente proibidos na Carta Magna.
Os que chamam a votar –quer seja a favor ou contra – no referendum de 2 de dezembro, e os queparticipem de qualquer maneira desse processo, serão cúmplices decrimes que, por sua gravidade, não prescrevem com o passar do tempo.Ademais, não ganham nada porque o CNE comete fraude eleitoral, como bemdocumentaram os conotados cientistas pertencentes à associação"Venezolanos por la Transparencia Electoral" (6).
Desta maneira, depois darelação dos fatos, a partir destas duas perspectivas, é inquestionávelque para a Venezuela o voto não é uma opção. A única alternativa"honesta e patriótica" é impedir que se leve a cabo o referendum,mediante ações de rua massivas, simultâneas e generalizadas (7).
Fonte: http://www.diariodeamerica.com/front_nota_detalle.php?id_noticia=2611
Notas:
* Empresa detelecomunicações privada da Venezuela que passou a ser estatal e temcontrolado os serviços de internet e telefone dos seus usuários.
1. Tibisay Lucena: A denúncia contra Ramírez não chegou ao CNE
2. Segundo sondagem de opinião 78% dos venezuelanos estão dispostos a votar em 4 de dezembro
3. Enquete JVR: 73% aprova Chávez
4. Enquetes do Império e Fraude Constituinte
5. Missão de Observação Eleitoral da União Européia
6. Venezolanos por la Transparencia Electoral
7.A respeito dessas ações, ver o vídeo Como impedir a reforma?
Tradução: Graça Salgueiro
por Diario América em 24 de novembro de 2007
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