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Agradeço as oportunas e coerentes intervenções dos comentaristas criticando o proselitismo irresponsável do globoritarismo apoiado pela mídia amestrada banalizando as Instituições e o Poder do Estado para a pratica sistemática de crimes. Os brasileiros de bem que pensam com suas próprias cabeças ja constataram que vivemos uma crise moral sem paralelo na historia que esgarça as Instituições pois os governantes não se posicionam na defesa da Lei e das Instituições gerando uma temerária INSEGURANÇA JURÍDICA. É DEVER de todo brasileiro de bem não se calar e bradar Levanta Brasil! Cidadania-Soberania-Moralidade

11.09.2007

Na moita com o MST

O Estado de S. Paulo
Editorial

No mesmo dia em que o Movimento dos Sem-Terra (MST) radicalizava sua ação criminosa contra a Companhia Vale do Rio Doce, no Pará, ocupando pela enésima vez a Ferrovia de Carajás, bloqueando a saída de trens, depredando duas locomotivas, mantendo quatro funcionários da companhia em cárcere privado e praticando outras violências que lhe são rotineiras, na Granja do Torto, em Brasília, numa reunião à sorrelfa (ou na moita, para usar termo mais adequado ao caso), o presidente da República recebia o Estado-Maior dessa força badernosa de forma quase secreta - visto que o encontro nem constava da agenda presidencial, que indicava apenas reunião com o secretário-geral da Presidência.

Certamente, nem o vandalismo do MST nem a recepção presidencial a uma organização fora da lei (pois o MST até hoje não regularizou sua existência para continuar não se submetendo a controles legais, como os referentes aos subsídios oficiais que recebe) constituem novidade, a não ser pela coincidência do dia e algumas circunstâncias. Quanto à agressão à Vale do Rio Doce, trata-se da segunda ocupação, em 30 dias, da estrada de ferro da companhia, em desrespeito total à liminar da Justiça Federal, de 17 de outubro (por ocasião da primeira invasão), que determinava a retirada dos invasores. Mais uma vez a Vale suspendeu as operações da ferrovia, pediu a intervenção do Ministério da Justiça e da governadora do Pará - para que se cumprisse a ordem judicial. O resultado disso, até agora, foi o aumento da violência, a depredação dos trens e a tomada de reféns.

Apesar do brutal desrespeito à Justiça, às leis e à ordem pública praticado por esse movimento, o ministro do Desenvolvimento Social ainda entrou em contato com suas lideranças "pedindo tempo" para avaliar suas reivindicações. Mas os manifestantes não aceitaram o pedido do ministro e decidiram só negociar com a presença de autoridades no local. Pouco se lixando com a ordem judicial de desocupação, o coordenador do MST já disse que os invasores pretendem continuar no local até que os governos federal e estadual atendam às suas "reivindicações" - entre as quais a construção de escolas e o asfaltamento de estradas vicinais de acesso a assentamentos.

Quanto à reunião do presidente da República com os fora-da-lei do MST, aí também não há qualquer novidade - a não ser o fato de ser a primeira no segundo mandato presidencial e de ser quase clandestina, para não atrair para o presidente a animosidade da bancada ruralista, num momento em que se trava a complicada negociação em torno da prorrogação da CPMF (no que a relatora do projeto no Senado, senadora Kátia Abreu, é da bancada ruralista e tem posição contrária à do governo). Entende-se por isso que essa reunião Lula-MST - a quarta, desde 2003 - também tenha sido a primeira sem fotos. Bem diversa, por exemplo, da primeira reunião, em que houve a famosa cena do chefe de Estado e governo colocando na cabeça um boné com o logotipo de uma organização ilegal.

Mas a reunião quase secreta não impediu que chegasse à mídia um momento de constrangimento do presidente, quando ouvia as reivindicações dos sem-terra e recebeu um telefonema, de um assessor, com um recado do Gabinete de Segurança Institucional, dando conta de que o MST invadira as instalações ferroviárias da Vale do Rio Doce. Antes Lula tinha se declarado "chocado com algumas das questões" cobradas pelo MST, que julgava já resolvidas. As informações que lhe chegaram sobre os acontecimentos no Pará serviram para lembrá-lo de que tinha outra reunião urgente para comparecer...

De forma alguma se justifica a reunião de um chefe de Estado e governo com uma organização que tem como prática usual o esbulho da propriedade privada, afora outras violências contra pessoas e bens. Mas já que o presidente se dá tão bem com seus companheiros emessetistas, como se explica que não tenha procurado convencê-los, até agora, a tornarem-se uma organização não-governamental legalizada, de objetivos claros e formas de operação não contrárias às leis do País? 

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