Por Paulo Moura, cientista político (*)
O povo brasileiro está em vias de ser roubado em mais R$ 40 bilhões de reais por ano até 2011. Eu sei, você sabe, a polícia sabe. Mas, ninguém faz nada. A maioria dos que pagam a conta da roubalheira e da incompetência dos nossos governantes não sabe que é alvo de extorsão em cada compra que faz. Muita gente, inclusive com diploma universitário, pensa que, por não pagar Imposto de Renda, IPTU e IPVA, não paga impostos. É triste, mas é verdade. Isso foi provado por uma pesquisa nacional da Associação da Classe Média do RS, de meados de 2005. Se não paga carnê para o governo, o brasileiro acha que não paga imposto.
A única hipótese de a corporação dos mamadores nas tetas de quem trabalha e gera empregos nesse país sair frustrada do assalto, seria uma rebelião do tamanho daquela que barrou a MP 232 em 2006. Desconfio que essa MP não passou apenas por causa da eleição, já que a Super Receita foi aprovada após o pleito, através de uma medida que faz o mesmo que MP 232 faria com mão direita, somente que, usando a mão esquerda para bater a carteira da minoria que vive do seu trabalho e não se submete e nem quer viver surrupiando dinheiro alheio dos cofres públicos.
Essa elite de indivíduos livres da escravidão estatal é muito restrita: vive ocupada em fazer dinheiro, que sabe gastar melhor do que os administradores públicos, o que ganha na labuta diária, tocando empresas, gerando empregos ou empreendendo individualmente. Como vivem do próprio trabalho e de seu espírito empreendedor, os indivíduos livres não têm tempo para a política.
O espírito livre é avesso às associações que submetam a liberdade individual às vontades de quem tem outros fins e interesses. Carregar a própria cara já custa muito, especialmente nos dias atuais. Uma das poucas marcas que vale a pena carregar é o escudo do Grêmio de Futebol Porto-alegrense. E mesmo assim, quando vejo ex-dirigentes do clube que ensinei meu filho a amar, condenados por roubarem o Grêmio, chego a duvidar se também essa marca vale o risco de carregar.
Carregar marcas e faces de outros é como perder o controle sobre a própria cara, a independência, o direito de decidir livremente o destino a seguir. Os coletivos são opressores. O Estado é um coletivo perene, ubíquo e onipresente. O pior deles.
Infelizmente, já que dependemos uns dos outros para viver, e já que não há paraíso terreno, precisamos negociar o espaço da liberdade que nos dispomos a entregar para conviver. A moeda de troca dessa negociação, no âmbito das relações interpessoais, é a experiência insubstituível do amor por uma mulher, pelos filhos, enfim, por aqueles com quem decidimos compartilhar a existência e com os quais precisamos pactuar diariamente os contratos de compatibilização de vontades. Conviver, inevitavelmente, nos exige abrir mão de certas liberdades. Mas, nas relações pessoais, o fazemos por livre e soberana escolha individual. E pagamos caro os erros de avaliação e conduta que eventualmente praticamos na vida compartilhada. A vida em sociedade complica as coisas, pois o pacto, nesse caso, é social e não indivíduo a indivíduo.
Para viver em sociedade precisamos do Estado, o mal necessário. Firmamos com ele, também, um pacto. Entregamos-lhe a parte incivilizada das nossas vontades individuais em troca de segurança e paz para podermos decidir livremente sobre quaisquer outras coisas que digam respeito ao nosso direito individual, até onde nossa decisão não invade o direito individual e a liberdade alheia. Pagamos ao Estado, com o fruto do nosso trabalho, para que ele nos garanta o espaço de liberdade que nos resta. Ou seja, para que puna todo o indivíduo que não contém seu instinto animal e pensa que pode violar o contrato e avançar sobre o direito, a liberdade e o bolso alheios, impunemente. Portanto, já que o mal é inevitável, que ele cumpra o que lhe cabe e se meta o menos possível nas nossas vidas e nos nossos bolsos. Pagamos por isso, sem problema, se o preço for justo e o serviço prestado se limitar ao contratado. Não pagar pelo produto não entregue e pelo serviço não prestado é direito de reação da vítima contra o roubo.
O diabo é que, no Brasil, o Estado é controlado pelos recalcitrantes. Isto é, pelos animais políticos (no sentido oposto ao de Aristóteles), que não contêm seus apetites incivilizados e usam suas posições de poder para avançar sobre a liberdade, os direitos e o bolso de quem não pode, por falta de oportunidade, ou se nega, por vontade própria e pruridos morais, a igualar-se a eles. O diabo é que a maioria do povo brasileiro se compõe de corruptos ativos ou potenciais, que, por sua vez, vota na maioria dos políticos, inclusive da suposta oposição, que vende sua alma sem caráter a qualquer governo em troca de umas 30 moedas alheias.
Há um dito chinês sobre pactos entre ladrões que alerta sobre o que acontece com uma quadrilha depois de o assalto consumado, na hora de dividir o fruto do roubo. Há trouxas que pensam, e escrevem sem medo de serem felizes, que o deputado sindicalista do ABC, Devanir Ribeiro (PT/SP), age por iniciativa privada ao encaminhar a aprovação de um decreto legislativo instituindo um plebiscito para aprovar a terceira eleição consecutiva de Lula. E o pior é que tem bicudo voador que finge que não vê que ao vender seu apoio à aprovação da CPMF estará garantido o voto da maioria de brasileiros escravos do Estado em Lula, mais uma vez. Rezo todos os dias antes de dormir, para não ter que escrever aqui, no dia seguinte à aprovação da CPMF no Senado, um artigo cujo título será: TUCANOS TRAIDORES! E BURROS!
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